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Infelizmente, estamos passando por um dos piores momentos de nossa história. A Covid-19 alastrou-se rapidamente no mundo e chegou assustadoramente ao Brasil, nos pegando em um momento de polarização ideológica, sem uma política de saúde vertical e falta de clareza sobre como funcionaria o auxílio emergencial. Esse cenário fez com que a classe trabalhadora fosse atingida em cheio.
Ao menos, observamos que a solidariedade despertou no coração de muitas pessoas. Atitudes individuais e coletivas que vão desde a distribuição sopões comunitários, de quentinhas para caminhoneiros até a distribuição de cestas básicas aos mais vulneráveis. Atitudes que mostram a face humanitária e o comprometimento de viver em comunidade da população.
Nós, do movimento comunitário e das associações de moradores, sempre fizemos esse papel. Essas ações fazem parte da rotina diária, em tempos de pandemia ou não. Ser um líder ou uma líder comunitária é uma tarefa e um dom para poucos e poucas. Atuamos no dia a dia, e muitas vezes de maneira solitária. Na maioria das vezes, essas ações não são comentadas, divulgadas e, na verdade, costumam ser pouco valorizadas. Dividir a água, a luz ou um prato de comida, buscar um medicamento, cuidar de uma criança ou de um enfermo: essas são algumas iniciativas que parecem banais, mas para aqueles que vivem em comunidade são essenciais. Tudo isso aliado às mobilizações e reinvindicações coletivas.
Sempre abdicamos do nosso tempo em fator de nosso lazer mas, sim, de ajudar nosso igual, sem receber nenhum benefício para isso, nem queremos. Nossa utopia é que tenhamos uma sociedade mais justa e igualitária.
Nós, do movimento, também temos preocupações com a economia de nossa cidade que está sofrendo financeiramente com a pandemia, principalmente com o comércio local, que emprega a maioria dos trabalhadores das comunidades periféricas de Santa Maria. Mantemos contato permanente com os donos das empresas locais, pois são eles que muitas vezes ajudam as nossas comunidades mais carentes suprindo demandas básicas.
A campanha "Por Todos Nós" chega em boa hora. Através dela pode ser que as pessoas valorizem as nossas coisas, consumam os produtos feitos pela nossa gente e participem dos projetos do município. Que se tornem parceiros das iniciativas da economia solidaria, que comprem nas redes, nos mercados, lojas e farmácias locais de nossos bairros.
E que, ao fim de tudo isso, as ações de solidariedade e compromisso com seu semelhante que vemos durante a pandemia não acabe. Que vivamos em comunidade, em um mundo mais comunitário.